Um discurso de Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas, estaria incompleto se não tivesse um ou dois palavrões. Mas agora, ele resolveu mudar seu comportamento. Chegando em Davao City, Filipinas, na última quinta-feira (27) após uma visita de três dias ao Japão, Duterte surpreendeu os presentes de uma audiência de boas-vindas no aeroporto quando ele prometeu que não falaria mais palavrões durante seus discursos. Ele afirmou que teve uma experiência com Deus no avião.

"Eu estava olhando para o céu e vi que todo mundo estava dormindo e roncando. Uma voz disse para mim: ‘Se você não parar de falar palavrão, vou fazer esse avião cair agora mesmo’. E eu disse: ‘quem é esse’? É claro, era Deus. Então, eu prometi a Deus que não ia mais me expressar por meio de palavrões", disse ele.

"Vocês me ouvem o tempo todo. Saibam que essa promessa é também para o povo filipino", acrescentou. O anúncio atraiu uma enorme salva de palmas da multidão.

Os repórteres que estavam presentes pediram a Duterte que ele deixasse de xingar seus alvos, que geralmente são pessoas dos Estados Unidos, da União Europeia e a senadora Leila de Lima, que está sendo acusada de facilitar o comércio ilegal de drogas no sistema prisional do país, além de usar dinheiro oriundo do tráfico para financiar sua campanha senatorial.

O presidente respondeu: "Há sempre um tempo. Tempo de ser desbocado. Eu não gosto de que as pessoas me julguem por conta disso. Mas, entendi que devemos ter cuidado com a nossa língua”, disse.

Fiel à sua palavra, Duterte não falou palavrões durante seu discurso. A decisão de Duterte de remover os palavrões de seus discursos foi rapidamente acolhida pelos analistas políticos, como Teddy Locsin Jr., de acordo com a ABS-CBN News.

"Eu não acho que exista um problema na sua maneira de se comunicar, porque ele é muito claro e direto", disse Locsin. “Mas ele deve tentar ser um pouco mais político, a fim de ser menos vulnerável a ataques", ressaltou. Locsin foi nomeado como embaixador das Filipinas junto das Nações Unidas, por Duterte.