A procuradoria-geral egípcia determinou a prisão de 156 manifestantes envolvidos em confronto com policiais depois de as autoridades proibirem a construção de uma igreja num subúrbio do Cairo, disse a agência estatal de notícias Mena na quinta-feira.
Um cristão morreu e dezenas ficaram feridos na quarta-feira em Gizé, quando cerca de 3 mil cristãos coptas apedrejaram fileiras de policiais. Os agentes os rechaçaram, e muçulmanos também atiraram pedras nos cristãos por detrás do cordão de segurança.
O procurador-geral decidiu manter os 156 manifestantes detidos durante 15 dias, sob suspeita de incitarem o confronto, disse a Mena. A reportagem não esclareceu se o grupo foi formalmente indiciado.
Os cristãos compõem 10 por cento dos 79 milhões de habitantes do Egito. Na quarta-feira, alguns deles fizeram uma manifestação perto da igreja, e outros junto à sede regional de governo em Gizé.
O Ministério do Interior disse que pelo menos 112 manifestantes foram detidos na região de Gizé, onde as autoridades suspenderam a construção de uma igreja, embora os coptas digam ter uma autorização oficial.
Entidades de direitos humanos disseram que 30 advogados foram barrados quando tentavam acompanhar o interrogatório de 120 manifestantes na noite de quarta-feira.
Cinco advogados depois conseguiram entrar na sede da procuradoria e receberam autorização para acompanhar os depoimentos, mas não para conversar reservadamente com os presos, segundo nota da entidade Iniciativa Egípcia Pelos Direitos Pessoais.
A nota acrescenta que as autoridades se recusaram a registrar as queixas dos advogados sobre a validade dos procedimentos, e que também ignoraram lesões sofridas por alguns dos acusados.
O governador de Gizé, Sayyed Abdel-Aziz, disse que os cristãos aparentemente se aproveitaram de uma autorização para construir um centro social, e pretendiam construir uma igreja em vez disso.
Os cristãos dizem que têm a permissão correta e que irão continuar construindo a estrutura, que tem três andares e uma cúpula.
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