A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, encaminhou, na quarta-feira, o pedido de desligamento do Partido dos Trabalhadores (PT), pelo qual militou por quase 30 anos, para filiar-se no Partido Verde (PV).
O PV quer contar com a senadora pelo Acre no seu palanque e inclusive já busca eventuais alianças para reforçá-la na disputa ao Palácio do Planalto, em 2010.
A mais de ano da eleição, o ingresso de Marina Silva na corrida à presidência da República altera o tabuleiro de xadrez que vinha se desenhando até aqui.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vinha apostando numa eleição plebiscitária, em que, entendia, seriam avaliados os oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), em comparação aos oito anos do governo do PT.
Mesmo sem o aval de convenção partidária, Lula já tem candidata definida: a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Além de ter uma concorrente que não contava, a ex-companheira Marina Silva, Lula ainda terá que demover o deputado Ciro Gomes, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), da base aliada do governo, que também tem planos de disputar o Planalto.
A pressão de Lula é que Ciro concorra ao governo do Estado de São Paulo no próximo ano. Numa disputa presidencial plebiscitária, Dilma enfrentaria o governador de São Paulo, José Serra, que viria pelo PSDB. Uma vez candidata, Marina certamente tira votos de Dilma, que, nas intenções de voto aparece empatado com Ciro Gomes.
Nas conversas que vem mantendo com o PV, Marina insiste na defesa da sustentabilidade ambiental aliada ao desenvolvimento econômico, o qual, assinala, deve ser estratégico para o Brasil.
Sua candidatura, segundo o colunista Ancelmo Góis, de O Globo, agrada católicos de peso, como frei Betto e Leonardo Boff. Dos evangélicos, nada se ouviu até o momento.
A filiação de Marina ao PV deverá ocorrer no final do mês, quando da convenção do partido. O colunista de O Globo, Ilimar Franco, anunciou que o PV incluirá no seu estatuto uma “cláusula de consciência”, permitindo aos seus filiados adotarem posições conflitantes com o programa partidário por razões religiosas.
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