Penina tinha filhos, mas Ana não.

Esta afirmação é uma enorme caixa onde cabem milhões de lamentos! Em todas as eras e lugares, pessoas tremem diante desta verdade - eu posso conviver com gente que abraça o que eu não tive o privilégio de abraçar, mas sempre quis.

Dois nomes, lado a lado.

Duas mulheres com histórias, memórias e expectativas.

Uma tem, a outra não tem.

Uma carrega o sonho, a outra, tristeza.

Uma vê o bebê dando os primeiros passos, enquanto a outra chora por sentir que a sua vida não anda.

O primeiro livro de Samuel fala destas duas personagens num clima de contraste. Ambas chegam juntas no enredo. Cada uma com sua realidade! A primeira dançando nas cores de sua alegria e a outra no lento passo do seu filme preto e branco.

A luz da que possui aumenta a escuridão da que gostaria de ter e não pode.

Muitos são os que olham ao redor e sentem a alegria alheia aumentar a ferida em nossa alma vazia.

Questionam! Gritam! Amarguram-se. Isolam-se. Sofrem!

Talvez você esteja neste quarto apertado! Neste cubículo opressivo. Neste medo de não ter, não ser, não provar.

Sente falta de um filho. De um marido. De uma esposa. De um trabalho. De um aumento. De uma igreja. De um pai. De uma mãe. De carinho. De saúde. De sonhos. De justiça.

E, por mais que não queira, ressente-se no momento em que se vê na mesma linha onde a biografia dos outros é cheia de brilho e conquistas. Parecemos os únicos azarados do planeta!

Ana sentiu dores legítimas! Doeu muito!

Foi vitimada por uma tirana que, mesmo tendo o que desejava, desejava rir do que Ana não tinha. Que humilhação!

E diante de toda esta cena, tempos depois, vejo um coração prostrado diante do Céu, clamando por um significado maior pra viver! Mal saiam palavras daquela boca que nunca havia dito - eu tenho um filho!

E Deus concedeu. Desta senhora desesperançada, nasceu o grande Samuel.

A saída da angústia foi angustiar-se aos pés do Senhor e receber Dele o consolo.

Não posso garantir que orar irá te dar o que você almeja. Com Ana foi assim, mas nem sempre é assim.

Mas uma coisa posso dizer, com base na PALAVRA.

Orar é o degrau, a escada, a janela, a porta, a ponte, a respiração, o movimento e a possibilidade.

Orar nos alinha com o amoroso coração do nosso PAI.

Nos lança para caminhos mais altos e pensamentos muito mais elevados.

Nos põe de joelhos diante de um Deus SOBERANO.

Nos resgata das mentiras e investidas do diabo.

Nos leva para o generoso amor de quem nos Criou com propósitos eternos.

Orar dá ao espirito uma paz com a qual se cobrir nos frios dias de dúvida.

Ore! Clame! Ajoelhe-se. Busque. Derrame-se.

ELE ESCUTA! ELE SE IMPORTA! ELE ESTÁ PERTO!

ELE ESTÁ AGINDO!

ELE SABE O QUE É MELHOR!

E ELE É MELHOR DO QUE TUDO O QUE A GENTE SABE!